O meu peito sôfrego
bateu asas num penhasco de Penumbra,
Os meus ossos contorceram-se,
Reumáticos
Ante minha tumba.
Os gostos de minha bôca
-que eram tristes e poucos-
saboreavam a estreita Gruta
com os abomináveis Gritos rôucos
da purulenta morte enxuta,
ecoando em meus ouvidos uma canção
esta tal canção maluca;
"Espero que tu sucumbas
às frequências puramente lôucas
na balbúrdia do êxtase
não-mais-existencial
e no despir-se de minhas roupas."
Então, na bucólica vereda
como um infante que delicia-se
nos gozos do leite materno
deslizei sobre aquela canção
até as flamas do Inferno.
Temendo ver
um terrível Lúcifer festejante
tracei o meu caminho
sobre o opaco marasmo errante,
quando percebi, de súbito, havia mergulhado
no mar do fel Eterno;
no mar do sangue coagulado.
Nadei profundamente longe
lá onde
o Calor é no Inverno
então percebi, que os verdadeiros Diábos
andavam de gravata & Terno.
Abismado com tal visão
alcei vôo pelo céu visceral
que compõe a delimitação
da efervescente Esfera Infernal.
Contudo, a viagem inda era triunfal
pois eu sentia
toda a movimentação Astral
que meu corpo exprimia
sobre os vales do Imortal.
Sem perceber, havia me perdido em tais façanhas
Então, uma avalanche de água gelou-me a alma
os nervos o rosto & as entranhas.
Abri os olhos e vi seres estranhos a me fitarem;
provavelmente preocupados com meu bêm-estar,
e antes mesmo de me perguntarem
mandei silenciarem
pois estava sofrendo apenas
a falta de um amor pra amar.
Poesia de transeunte, em belo momento de desa-cor-dância.
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