sábado, 15 de novembro de 2014

Subterfúgios de ser sujeito.

Sou um sujeito sujo
Sujeito desengomado
Desengonçado, desdireito.
Sou um sujeito não-sujeito.

Sei muito bem lidar com o vulgo,
Acho digno de respeito.
Sou sujeito à ser suspeito
Do crime ainda não-feito.

Submundos me submergem
Em subterfúgios inventados,
Por que sempre essa bobagem
De versos ditos ou cantados?

Por que não apreciar mais
A beleza dos versos calados...?

Quanta besteira envolvida,
É digno de tédio eterno!
Esse hábido da escrita suja
Só num é pior que a gravata e o terno.

Porém o termo usado
Pelos dedos embriagados
Dá a entender de que estamos dos dois lados
Um bem, e o outro mal
- acompanhados.

Todavia acompanhados! Nunca sozinhos.
Quanta formosura na não-solidão
Bem e Mal vivendo em comunhão
É de gelar o coração,
É de arrepiar os espinhos!

Vivamos! (Alguma voz caminhante em minha cabeça grita)
A carcaça ambulante celebra a vida! (Eu escrevo).
Vamo lá, porra, alguém me salva dess'eterno tédio.
De ficar escrevendo pra ninguém.
Tentando encontrar nas palavras algum remédio,
E não encontrar senão desdém.

Vamo todo mundo ficar sussa
Fumar um pretinho...
Ficar zen... vem neném,
Num vem de nhém-nhém-nhém
(ou vem!)
Com a cara do seu neguinho.

Eu sempre foco em ir além
E sei que tu também.
Esta tal ebriedade
Que fica sussurrando, despótica, sem piedade
Em meus ouvidos; "não pare!.. mostre o teu horror à eles, não para!"
Me faz ficar aqui;
Com as palavras tentando gozar de/em alguém;
E só gozando da/na minha cara!


Anemmmm.....!



sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Glande pineia.

Numa cena de desmoronar
As montanhas da mente; lhe rememoro-
Aquele seio engomado e quente
Dos ombros cansados e com a volúpia no colo .

No horizonte 
Do teu corpo despido,
Um langor despreguiçava
Teus cinco sentidos, estavas cansada;

Entre anjos perfumados e benzidos
Pelos vapores cinzas da noite afiada;
Eu mergulhei profundamente em tua bôca
Até achar o antídoto que me tirasse a roupa.

Na brisa orvalhada 
do suor. Acariciei o prazer dor-mente 
Das tuas mãos pálidas e inebriadas repousadas
Sôbre o dôce leito, inconsciente.!

Raios de fulgor acromático oriundos da jan-ela
Me teletransportaram aos sinuosos corredores
Da memória. E lá dentro meu Espírito tatuou 
A silhueta do teu signo. E a tua ossatura moldou
O cenário do meu paraíso onírico.

Com o fardo de teu torso em minhas mãos
Quis apertar-te contra-mim até que nós nos fundíssemos.
Como dois metais fazem ao serem chocados
Sobre fortes temperaturas.

Flutuei nos devaneios libidinosos,
Ao te clamar reinventei palavras e hieróglifos.
O mortífero significado da sincronicidade agoniante;  o Tempo.
Martelava em minha alma
Os impulsos do teu corpo em Movimento.

Deus caía em gargalhada
E eu sofria!
Ao cogitar que a risada era porque Ele ouvia
Os gemidos da danação que eu não dava.

Minha barriga ficou ensanguentada
Pelos espinhos roçados da flor desabrochada,
Sangrei transparente!
Pisquei o olho à estrela Sírius; a mais quente
E me confortei em tua alcova (cai na real de onde eu tava.)

Fui surpreendido ao ser engolido
Por algo que tem textura de abismo.
Senti-me barco afundado em oceano místico.
Senti os astros girarem no zênite 
Como a tua língua rodopiando em minha glânde.
- E em minha mente!

Minha glânde pineal não mente,
É o meu tesouro!
Não é de se assustar que o terceiro olho
Proporcione o olhar Do Espião.
E por que não?
Meu olho(ar) do plano astral
Estar na cabeça do meu pau?!

Na volúpia do teu colo,
No infinito do teu sexo;
Eu fiquei querendo logo,
E fiquei meio sem nexo.

- Meio perplexo, também.

Eu sei que me odeias,
Por te conduzir ao pecado.
Mas eu fico querendo mais,
E não consigo ficar calado.

Eu fico querendo tudo! 

Eu sei que sou guloso
Mas nascer, meu bem,
Ja é o maior pecado do mundo...

Na figura métrica
Do teu corpo despido
Teus traços m'entorpeceram
Os cinco sentidos.

E eu fiquei me sentindo mais vivo
Mesmo que sem abrigo.
Sonhando, perdido
Com teus róseos-seios-tingidos.

(pela nódoa quente do meu gozo)-


cuatorze do onze de dois mil e quatorze.