Sou um sujeito sujo
Sujeito desengomado
Desengonçado, desdireito.
Sou um sujeito não-sujeito.
Sei muito bem lidar com o vulgo,
Acho digno de respeito.
Sou sujeito à ser suspeito
Do crime ainda não-feito.
Submundos me submergem
Em subterfúgios inventados,
Por que sempre essa bobagem
De versos ditos ou cantados?
Por que não apreciar mais
A beleza dos versos calados...?
Quanta besteira envolvida,
É digno de tédio eterno!
Esse hábido da escrita suja
Só num é pior que a gravata e o terno.
Porém o termo usado
Pelos dedos embriagados
Dá a entender de que estamos dos dois lados
Um bem, e o outro mal
- acompanhados.
Todavia acompanhados! Nunca sozinhos.
Quanta formosura na não-solidão
Bem e Mal vivendo em comunhão
É de gelar o coração,
É de arrepiar os espinhos!
Vivamos! (Alguma voz caminhante em minha cabeça grita)
A carcaça ambulante celebra a vida! (Eu escrevo).
Vamo lá, porra, alguém me salva dess'eterno tédio.
De ficar escrevendo pra ninguém.
Tentando encontrar nas palavras algum remédio,
E não encontrar senão desdém.
Vamo todo mundo ficar sussa
Fumar um pretinho...
Ficar zen... vem neném,
Num vem de nhém-nhém-nhém
(ou vem!)
Com a cara do seu neguinho.
Eu sempre foco em ir além
E sei que tu também.
Esta tal ebriedade
Que fica sussurrando, despótica, sem piedade
Em meus ouvidos; "não pare!.. mostre o teu horror à eles, não para!"
Me faz ficar aqui;
Com as palavras tentando gozar de/em alguém;
E só gozando da/na minha cara!
Anemmmm.....!

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