Encontrei o meu amor,
Minha garota
O olhar sempre exalando cor
E o andar de raposa lôuca.
Às vezes o sol a espia da janela
E teme acordá-la por excitar-se,
Mas é a lua quem pinta seus sonhos de aquarela
E o vinho quem borra sua face assaz branquela.
Nossos cabelos juntos dissiparam
Trevas e sentimentos mesclados em frenesi,
Enquanto brincávamos de ser abismo, de ser imensidão;
Brasas sorriram em nossos olhares!
Adoro brincar na barriga de meu amor
Pressionar minha testa em suas costelas,
Pedir com os olhos de vira-lata alguma imagem de seus sonhos
Adoro sorrir mesmo quando estamos tristonhos.
Meu amor. Minha garota!
Quantas sinfonias harmônicas despertas em meus lábios
Quando pressiono tuas arterias cardeais
Contra o meu peito...
Morada minha, meu ouvido é o teu leito
Em nossos abismos têm estrelas derretidas
Em nossos cílios tem penas cintilantes de corvos,
Tem licor de frutas no suor,
Tem vapor de garganta nos espirais do Ar,
Tem textura de plano astral na saliva,
Tem estradas escuras no movimento de nossos corpos,
Tem tempo demais pra viver, meu amor...
Tu és como manequin de porcelana e mármore esculpido por Rodin
Esquecida em meio ao atlantico, flutuando sem sonhar;
O frio te apertando as vísceras
E as estrelas te guiando os olhos ao luar.
Lhe amo tanto que não consigo
Dedicar-te algo que não saiu senão
Do manto róseo de minha plenitude mental.
Tu, donzela fresca como pétala cortada pelo vapor da antemanhã,
Danças reluzente entre as esqueléticas teias do Imortal!
Encontrei o meu amor,
Minha garota,
Com o olhar sempre exalando cor
e o velho andar de raposa lôuca.
luarocco.
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