Sou um sujeito sujo
Sujeito desengomado
Desengonçado, desdireito.
Sou um sujeito não-sujeito.
Sei muito bem lidar com o vulgo,
Acho digno de respeito.
Sou sujeito à ser suspeito
Do crime ainda não-feito.
Submundos me submergem
Em subterfúgios inventados,
Por que sempre essa bobagem
De versos ditos ou cantados?
Por que não apreciar mais
A beleza dos versos calados...?
Quanta besteira envolvida,
É digno de tédio eterno!
Esse hábido da escrita suja
Só num é pior que a gravata e o terno.
Porém o termo usado
Pelos dedos embriagados
Dá a entender de que estamos dos dois lados
Um bem, e o outro mal
- acompanhados.
Todavia acompanhados! Nunca sozinhos.
Quanta formosura na não-solidão
Bem e Mal vivendo em comunhão
É de gelar o coração,
É de arrepiar os espinhos!
Vivamos! (Alguma voz caminhante em minha cabeça grita)
A carcaça ambulante celebra a vida! (Eu escrevo).
Vamo lá, porra, alguém me salva dess'eterno tédio.
De ficar escrevendo pra ninguém.
Tentando encontrar nas palavras algum remédio,
E não encontrar senão desdém.
Vamo todo mundo ficar sussa
Fumar um pretinho...
Ficar zen... vem neném,
Num vem de nhém-nhém-nhém
(ou vem!)
Com a cara do seu neguinho.
Eu sempre foco em ir além
E sei que tu também.
Esta tal ebriedade
Que fica sussurrando, despótica, sem piedade
Em meus ouvidos; "não pare!.. mostre o teu horror à eles, não para!"
Me faz ficar aqui;
Com as palavras tentando gozar de/em alguém;
E só gozando da/na minha cara!
Anemmmm.....!
sábado, 15 de novembro de 2014
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
Glande pineia.
Numa cena de desmoronar
As montanhas da mente; lhe rememoro-
Aquele seio engomado e quente
Dos ombros cansados e com a volúpia no colo .
No horizonte
Do teu corpo despido,
Um langor despreguiçava
Teus cinco sentidos, estavas cansada;
Entre anjos perfumados e benzidos
Pelos vapores cinzas da noite afiada;
Eu mergulhei profundamente em tua bôca
Até achar o antídoto que me tirasse a roupa.
Na brisa orvalhada
do suor. Acariciei o prazer dor-mente
Das tuas mãos pálidas e inebriadas repousadas
Sôbre o dôce leito, inconsciente.!
Raios de fulgor acromático oriundos da jan-ela
Me teletransportaram aos sinuosos corredores
Da memória. E lá dentro meu Espírito tatuou
A silhueta do teu signo. E a tua ossatura moldou
O cenário do meu paraíso onírico.
Com o fardo de teu torso em minhas mãos
Quis apertar-te contra-mim até que nós nos fundíssemos.
Como dois metais fazem ao serem chocados
Sobre fortes temperaturas.
Flutuei nos devaneios libidinosos,
Ao te clamar reinventei palavras e hieróglifos.
O mortífero significado da sincronicidade agoniante; o Tempo.
Martelava em minha alma
Os impulsos do teu corpo em Movimento.
Deus caía em gargalhada
E eu sofria!
Ao cogitar que a risada era porque Ele ouvia
Os gemidos da danação que eu não dava.
Minha barriga ficou ensanguentada
Pelos espinhos roçados da flor desabrochada,
Sangrei transparente!
Pisquei o olho à estrela Sírius; a mais quente
E me confortei em tua alcova (cai na real de onde eu tava.)
Fui surpreendido ao ser engolido
Por algo que tem textura de abismo.
Senti-me barco afundado em oceano místico.
Senti os astros girarem no zênite
Como a tua língua rodopiando em minha glânde.
- E em minha mente!
Minha glânde pineal não mente,
É o meu tesouro!
Não é de se assustar que o terceiro olho
Proporcione o olhar Do Espião.
E por que não?
Meu olho(ar) do plano astral
Estar na cabeça do meu pau?!
Na volúpia do teu colo,
No infinito do teu sexo;
Eu fiquei querendo logo,
E fiquei meio sem nexo.
- Meio perplexo, também.
Eu sei que me odeias,
Por te conduzir ao pecado.
Mas eu fico querendo mais,
E não consigo ficar calado.
Eu fico querendo tudo!
Eu sei que sou guloso
Mas nascer, meu bem,
Ja é o maior pecado do mundo...
Na figura métrica
Do teu corpo despido
Teus traços m'entorpeceram
Os cinco sentidos.
E eu fiquei me sentindo mais vivo
Mesmo que sem abrigo.
Sonhando, perdido
Com teus róseos-seios-tingidos.
(pela nódoa quente do meu gozo)-
cuatorze do onze de dois mil e quatorze.
As montanhas da mente; lhe rememoro-
Aquele seio engomado e quente
Dos ombros cansados e com a volúpia no colo .
No horizonte
Do teu corpo despido,
Um langor despreguiçava
Teus cinco sentidos, estavas cansada;
Entre anjos perfumados e benzidos
Pelos vapores cinzas da noite afiada;
Eu mergulhei profundamente em tua bôca
Até achar o antídoto que me tirasse a roupa.
Na brisa orvalhada
do suor. Acariciei o prazer dor-mente
Das tuas mãos pálidas e inebriadas repousadas
Sôbre o dôce leito, inconsciente.!
Raios de fulgor acromático oriundos da jan-ela
Me teletransportaram aos sinuosos corredores
Da memória. E lá dentro meu Espírito tatuou
A silhueta do teu signo. E a tua ossatura moldou
O cenário do meu paraíso onírico.
Com o fardo de teu torso em minhas mãos
Quis apertar-te contra-mim até que nós nos fundíssemos.
Como dois metais fazem ao serem chocados
Sobre fortes temperaturas.
Flutuei nos devaneios libidinosos,
Ao te clamar reinventei palavras e hieróglifos.
O mortífero significado da sincronicidade agoniante; o Tempo.
Martelava em minha alma
Os impulsos do teu corpo em Movimento.
Deus caía em gargalhada
E eu sofria!
Ao cogitar que a risada era porque Ele ouvia
Os gemidos da danação que eu não dava.
Minha barriga ficou ensanguentada
Pelos espinhos roçados da flor desabrochada,
Sangrei transparente!
Pisquei o olho à estrela Sírius; a mais quente
E me confortei em tua alcova (cai na real de onde eu tava.)
Fui surpreendido ao ser engolido
Por algo que tem textura de abismo.
Senti-me barco afundado em oceano místico.
Senti os astros girarem no zênite
Como a tua língua rodopiando em minha glânde.
- E em minha mente!
Minha glânde pineal não mente,
É o meu tesouro!
Não é de se assustar que o terceiro olho
Proporcione o olhar Do Espião.
E por que não?
Meu olho(ar) do plano astral
Estar na cabeça do meu pau?!
Na volúpia do teu colo,
No infinito do teu sexo;
Eu fiquei querendo logo,
E fiquei meio sem nexo.
- Meio perplexo, também.
Eu sei que me odeias,
Por te conduzir ao pecado.
Mas eu fico querendo mais,
E não consigo ficar calado.
Eu fico querendo tudo!
Eu sei que sou guloso
Mas nascer, meu bem,
Ja é o maior pecado do mundo...
Na figura métrica
Do teu corpo despido
Teus traços m'entorpeceram
Os cinco sentidos.
E eu fiquei me sentindo mais vivo
Mesmo que sem abrigo.
Sonhando, perdido
Com teus róseos-seios-tingidos.
(pela nódoa quente do meu gozo)-
cuatorze do onze de dois mil e quatorze.
quinta-feira, 23 de outubro de 2014
L'amour.
Encontrei o meu amor,
Minha garota
O olhar sempre exalando cor
E o andar de raposa lôuca.
Às vezes o sol a espia da janela
E teme acordá-la por excitar-se,
Mas é a lua quem pinta seus sonhos de aquarela
E o vinho quem borra sua face assaz branquela.
Nossos cabelos juntos dissiparam
Trevas e sentimentos mesclados em frenesi,
Enquanto brincávamos de ser abismo, de ser imensidão;
Brasas sorriram em nossos olhares!
Adoro brincar na barriga de meu amor
Pressionar minha testa em suas costelas,
Pedir com os olhos de vira-lata alguma imagem de seus sonhos
Adoro sorrir mesmo quando estamos tristonhos.
Meu amor. Minha garota!
Quantas sinfonias harmônicas despertas em meus lábios
Quando pressiono tuas arterias cardeais
Contra o meu peito...
Morada minha, meu ouvido é o teu leito
Em nossos abismos têm estrelas derretidas
Em nossos cílios tem penas cintilantes de corvos,
Tem licor de frutas no suor,
Tem vapor de garganta nos espirais do Ar,
Tem textura de plano astral na saliva,
Tem estradas escuras no movimento de nossos corpos,
Tem tempo demais pra viver, meu amor...
Tu és como manequin de porcelana e mármore esculpido por Rodin
Esquecida em meio ao atlantico, flutuando sem sonhar;
O frio te apertando as vísceras
E as estrelas te guiando os olhos ao luar.
Lhe amo tanto que não consigo
Dedicar-te algo que não saiu senão
Do manto róseo de minha plenitude mental.
Tu, donzela fresca como pétala cortada pelo vapor da antemanhã,
Danças reluzente entre as esqueléticas teias do Imortal!
Encontrei o meu amor,
Minha garota,
Com o olhar sempre exalando cor
e o velho andar de raposa lôuca.
luarocco.
Minha garota
O olhar sempre exalando cor
E o andar de raposa lôuca.
Às vezes o sol a espia da janela
E teme acordá-la por excitar-se,
Mas é a lua quem pinta seus sonhos de aquarela
E o vinho quem borra sua face assaz branquela.
Nossos cabelos juntos dissiparam
Trevas e sentimentos mesclados em frenesi,
Enquanto brincávamos de ser abismo, de ser imensidão;
Brasas sorriram em nossos olhares!
Adoro brincar na barriga de meu amor
Pressionar minha testa em suas costelas,
Pedir com os olhos de vira-lata alguma imagem de seus sonhos
Adoro sorrir mesmo quando estamos tristonhos.
Meu amor. Minha garota!
Quantas sinfonias harmônicas despertas em meus lábios
Quando pressiono tuas arterias cardeais
Contra o meu peito...
Morada minha, meu ouvido é o teu leito
Em nossos abismos têm estrelas derretidas
Em nossos cílios tem penas cintilantes de corvos,
Tem licor de frutas no suor,
Tem vapor de garganta nos espirais do Ar,
Tem textura de plano astral na saliva,
Tem estradas escuras no movimento de nossos corpos,
Tem tempo demais pra viver, meu amor...
Tu és como manequin de porcelana e mármore esculpido por Rodin
Esquecida em meio ao atlantico, flutuando sem sonhar;
O frio te apertando as vísceras
E as estrelas te guiando os olhos ao luar.
Lhe amo tanto que não consigo
Dedicar-te algo que não saiu senão
Do manto róseo de minha plenitude mental.
Tu, donzela fresca como pétala cortada pelo vapor da antemanhã,
Danças reluzente entre as esqueléticas teias do Imortal!
Encontrei o meu amor,
Minha garota,
Com o olhar sempre exalando cor
e o velho andar de raposa lôuca.
luarocco.
Devaneios Senti-Mentais.
Como pude eu um dia
Esquecido no mar da miséria
Chorar pelo impossível?
Que culpa tive eu em ocupar-me
Com a lua enquanto nadava
Cego na lama?
O amor infinito me tocou
E no terrível toque contaminou
Meu peito de infinitas mágoas.
Me vi condenado à amar a lua
Então por ela derramei
As mais sofridas lágrimas.
Implorei misericórdia
Um despacto com o mundo mundano.
Desejei, confuso e mudo
Ouvir de novo um certo balbuciar;
Uma cor de silêncio que um dia cegou meu paladar!
Quis ver a morte
Vestida de verde trazendo diabos azuis para culpar
A minha carne dos sacrilégios da alma,
E anjos róseo-fluorescentes com espadas de cristal
Defendendo meu Espírito da contaminação profana.
Quis buscar as multifaces da vida
O fragil, implorei ser frágil e medonho;
Interpretei velhos sonhos esquecidos
Fiz amor com a verdade equivocada,
Fiz sarau poético do magnífico grotesco
As terras etéreas saciaram meu tesão,
Desejei ter os vasos sanguíneos entupidos de flores;
Acariciei a barriga de corvos famintos,
A imprudência foi meu oráculo!
Necessitei matar a fome com utopias
Saciar a sede com quimeras
Desprender-me da transfiguração ilusória da realidade.
Precisei tremer os nervos em vertigens coloridas.
"São impulsos animalescos devo recalcá-los".
No momento preciso de um cigarro
Ave maria, que frio apavorado...
Que gosto desgostado;
Sem nem sequer ser degustado,
Agora uma ígnea febre
Repousa do meu lado,
Stou assustado,
Senti brasas formarem uma auréola que envolve meus cabelos.
E a loucura me abriu o triste riso do Idiota.
Mas digas...
Que culpa eu tenho
De não sentir senão desdenho
À tudo que me é imposto?
Não me importa
Se estou projectando um desenho
De um esplêndido inferno asqueroso,
O amor infinito me enlaçou
E junto dobrou-me em infinitas mágoas,
Fui condenado à amar a vida.
Por isso, todos os dias
Ao acordar, despejo...
Um oceano límpido de lágrimas
Sobre um rosto infindo de desejos....
Laroqui.
Esquecido no mar da miséria
Chorar pelo impossível?
Que culpa tive eu em ocupar-me
Com a lua enquanto nadava
Cego na lama?
O amor infinito me tocou
E no terrível toque contaminou
Meu peito de infinitas mágoas.
Me vi condenado à amar a lua
Então por ela derramei
As mais sofridas lágrimas.
Implorei misericórdia
Um despacto com o mundo mundano.
Desejei, confuso e mudo
Ouvir de novo um certo balbuciar;
Uma cor de silêncio que um dia cegou meu paladar!
Quis ver a morte
Vestida de verde trazendo diabos azuis para culpar
A minha carne dos sacrilégios da alma,
E anjos róseo-fluorescentes com espadas de cristal
Defendendo meu Espírito da contaminação profana.
Quis buscar as multifaces da vida
O fragil, implorei ser frágil e medonho;
Interpretei velhos sonhos esquecidos
Fiz amor com a verdade equivocada,
Fiz sarau poético do magnífico grotesco
As terras etéreas saciaram meu tesão,
Desejei ter os vasos sanguíneos entupidos de flores;
Acariciei a barriga de corvos famintos,
A imprudência foi meu oráculo!
Necessitei matar a fome com utopias
Saciar a sede com quimeras
Desprender-me da transfiguração ilusória da realidade.
Precisei tremer os nervos em vertigens coloridas.
"São impulsos animalescos devo recalcá-los".
No momento preciso de um cigarro
Ave maria, que frio apavorado...
Que gosto desgostado;
Sem nem sequer ser degustado,
Agora uma ígnea febre
Repousa do meu lado,
Stou assustado,
Senti brasas formarem uma auréola que envolve meus cabelos.
E a loucura me abriu o triste riso do Idiota.
Mas digas...
Que culpa eu tenho
De não sentir senão desdenho
À tudo que me é imposto?
Não me importa
Se estou projectando um desenho
De um esplêndido inferno asqueroso,
O amor infinito me enlaçou
E junto dobrou-me em infinitas mágoas,
Fui condenado à amar a vida.
Por isso, todos os dias
Ao acordar, despejo...
Um oceano límpido de lágrimas
Sobre um rosto infindo de desejos....
Laroqui.
sexta-feira, 25 de abril de 2014
DROGAS
Jamais cometerei o equívoco mortal de confiar naqueles que nunca se drogaram comigo ao menos uma vez durante nosso tempo de "amizade";
digo que é impossível ter qualquer rastro de certeza se a pessoa com quem estou falando é um ser Repulsivo ou Atrativo se nunca nos embriagamos juntos.
-de qualquer coisa que seja-
Pois as drogas explicitam os impulsos recalcados que dormem no fundo da alma,
(não é atoa que é usado como método psicanalítico de analise do inconsciente,
rituais excêntricos de contacto espiritual profundo...uma infinitude de faculdades,
portanto podemos também considerá-las como uma crua exibição da quintessência que cada ser humano carrega no semblante)
É necessário, de qualquer forma, para cultivar uma boa amizade, a embriaguez conjunta;
Droga-te de tudo que for possível com aquele que se diz teu amigo, juntos na quantidade.
Depois de um tempo, ambos estarão de cara a cara com a índole escancarada & desmascarada do outro;
nua & pura.
(Deixo claro que é preferível, neste exercício de despir o espírito, as drogas que ampliam a percepção em vez daquelas que alteram-a. -Perceba a profunda diferença dos termos-)
Pois bem...
Verás os perfumes do Espectro vibrarem as folhagens ressuscitando-las da imprevisível morte ocorrida no esvair da estação passada , haverá troca de palavras, ideias, símbolos, gestos, gemidos, mas as bocas não irão se mexer, pois não há necessidade, as narinas não agitar-se-ão pelos ventos mornos da noite, sentirá o cheiro pelos membros e as palavras tomarão outra dimensão,
elas não precisarão ser faladas para serem ouvidas.
É a comunicação mais inerentemente aberta entre os Homo Sapiens contemporâneos, a comunicação da ebriedade!
Eis que desperta o diamante precioso da alma, o verdadeiro Eu acorda de seu lúgubre sono involuntário;
O ser Perfeito retorna!
Dotado de saberes Universais;
Neste momento saudarás como nunca teu amigo,
pois agora as almas se conhecem; elas despiram-se sem o medo da coercitividade material do meio;
tiveram contacto, escutaram & dialogaram reciprocamente
nas vibrações do desconhecido.
Essas manifestações mais íntimas e puras do Eu nem sempre serão boas,
quando a relação vertiginosa se mostra demasiadamente pesada pela parte que não seja a tua; este é o caso de largar imediatamente a amizade;
Pois se a índole esculpida, lapidada e analisada desta forma mostrou um ser repugnante,
é porque no fundo, no horizonte quase perdido pelos olhos que fitam inqüietos as curvas do coração deste ser; ele se mostra um tépido Humano abominável!
E se este pobre parvo néscio digno de pena não vale a convivência quando está num acesso de embriaguez, melhor é que se mande para os porcos!
Em suma, hei de afirmar com convicção que usar drogas ao redor de verdadeiros amigos é uma intensa orgia mental...
digo que é impossível ter qualquer rastro de certeza se a pessoa com quem estou falando é um ser Repulsivo ou Atrativo se nunca nos embriagamos juntos.
-de qualquer coisa que seja-
Pois as drogas explicitam os impulsos recalcados que dormem no fundo da alma,
(não é atoa que é usado como método psicanalítico de analise do inconsciente,
rituais excêntricos de contacto espiritual profundo...uma infinitude de faculdades,
portanto podemos também considerá-las como uma crua exibição da quintessência que cada ser humano carrega no semblante)
É necessário, de qualquer forma, para cultivar uma boa amizade, a embriaguez conjunta;
Droga-te de tudo que for possível com aquele que se diz teu amigo, juntos na quantidade.
Depois de um tempo, ambos estarão de cara a cara com a índole escancarada & desmascarada do outro;
nua & pura.
(Deixo claro que é preferível, neste exercício de despir o espírito, as drogas que ampliam a percepção em vez daquelas que alteram-a. -Perceba a profunda diferença dos termos-)
Pois bem...
Verás os perfumes do Espectro vibrarem as folhagens ressuscitando-las da imprevisível morte ocorrida no esvair da estação passada , haverá troca de palavras, ideias, símbolos, gestos, gemidos, mas as bocas não irão se mexer, pois não há necessidade, as narinas não agitar-se-ão pelos ventos mornos da noite, sentirá o cheiro pelos membros e as palavras tomarão outra dimensão,
elas não precisarão ser faladas para serem ouvidas.
É a comunicação mais inerentemente aberta entre os Homo Sapiens contemporâneos, a comunicação da ebriedade!
Eis que desperta o diamante precioso da alma, o verdadeiro Eu acorda de seu lúgubre sono involuntário;
O ser Perfeito retorna!
Dotado de saberes Universais;
Neste momento saudarás como nunca teu amigo,
pois agora as almas se conhecem; elas despiram-se sem o medo da coercitividade material do meio;
tiveram contacto, escutaram & dialogaram reciprocamente
nas vibrações do desconhecido.
Essas manifestações mais íntimas e puras do Eu nem sempre serão boas,
quando a relação vertiginosa se mostra demasiadamente pesada pela parte que não seja a tua; este é o caso de largar imediatamente a amizade;
Pois se a índole esculpida, lapidada e analisada desta forma mostrou um ser repugnante,
é porque no fundo, no horizonte quase perdido pelos olhos que fitam inqüietos as curvas do coração deste ser; ele se mostra um tépido Humano abominável!
E se este pobre parvo néscio digno de pena não vale a convivência quando está num acesso de embriaguez, melhor é que se mande para os porcos!
Em suma, hei de afirmar com convicção que usar drogas ao redor de verdadeiros amigos é uma intensa orgia mental...
quarta-feira, 16 de abril de 2014
BEIRANDO A MORTE PELA AUSÊNCIA DA VOLÚPIA
O meu peito sôfrego
bateu asas num penhasco de Penumbra,
Os meus ossos contorceram-se,
Reumáticos
Ante minha tumba.
Os gostos de minha bôca
-que eram tristes e poucos-
saboreavam a estreita Gruta
com os abomináveis Gritos rôucos
da purulenta morte enxuta,
ecoando em meus ouvidos uma canção
esta tal canção maluca;
"Espero que tu sucumbas
às frequências puramente lôucas
na balbúrdia do êxtase
não-mais-existencial
e no despir-se de minhas roupas."
Então, na bucólica vereda
como um infante que delicia-se
nos gozos do leite materno
deslizei sobre aquela canção
até as flamas do Inferno.
Temendo ver
um terrível Lúcifer festejante
tracei o meu caminho
sobre o opaco marasmo errante,
quando percebi, de súbito, havia mergulhado
no mar do fel Eterno;
no mar do sangue coagulado.
Nadei profundamente longe
lá onde
o Calor é no Inverno
então percebi, que os verdadeiros Diábos
andavam de gravata & Terno.
Abismado com tal visão
alcei vôo pelo céu visceral
que compõe a delimitação
da efervescente Esfera Infernal.
Contudo, a viagem inda era triunfal
pois eu sentia
toda a movimentação Astral
que meu corpo exprimia
sobre os vales do Imortal.
Sem perceber, havia me perdido em tais façanhas
Então, uma avalanche de água gelou-me a alma
os nervos o rosto & as entranhas.
Abri os olhos e vi seres estranhos a me fitarem;
provavelmente preocupados com meu bêm-estar,
e antes mesmo de me perguntarem
mandei silenciarem
pois estava sofrendo apenas
a falta de um amor pra amar.
bateu asas num penhasco de Penumbra,
Os meus ossos contorceram-se,
Reumáticos
Ante minha tumba.
Os gostos de minha bôca
-que eram tristes e poucos-
saboreavam a estreita Gruta
com os abomináveis Gritos rôucos
da purulenta morte enxuta,
ecoando em meus ouvidos uma canção
esta tal canção maluca;
"Espero que tu sucumbas
às frequências puramente lôucas
na balbúrdia do êxtase
não-mais-existencial
e no despir-se de minhas roupas."
Então, na bucólica vereda
como um infante que delicia-se
nos gozos do leite materno
deslizei sobre aquela canção
até as flamas do Inferno.
Temendo ver
um terrível Lúcifer festejante
tracei o meu caminho
sobre o opaco marasmo errante,
quando percebi, de súbito, havia mergulhado
no mar do fel Eterno;
no mar do sangue coagulado.
Nadei profundamente longe
lá onde
o Calor é no Inverno
então percebi, que os verdadeiros Diábos
andavam de gravata & Terno.
Abismado com tal visão
alcei vôo pelo céu visceral
que compõe a delimitação
da efervescente Esfera Infernal.
Contudo, a viagem inda era triunfal
pois eu sentia
toda a movimentação Astral
que meu corpo exprimia
sobre os vales do Imortal.
Sem perceber, havia me perdido em tais façanhas
Então, uma avalanche de água gelou-me a alma
os nervos o rosto & as entranhas.
Abri os olhos e vi seres estranhos a me fitarem;
provavelmente preocupados com meu bêm-estar,
e antes mesmo de me perguntarem
mandei silenciarem
pois estava sofrendo apenas
a falta de um amor pra amar.
quinta-feira, 3 de abril de 2014
Dê-Me-Transcendência
A peste engendrou cedo a penúria em meu coração
por gafanhotos coléricos devoradores de artérias
coincidentemente no momento em que os cães de minha costela
Ladravam impávidos para as correntes estrelares
que enrolavam em meu torso suas doces quimeras.
A malícia da víbora em meus membros ao trocar de escama
autodenominou-se a renovação das volúpias do Gênio.
O rio ainda frívolo deu boas-vindas aos tênues filetes da aurora, lentamente...
E os pensamentos abertos como flores primaveris desabrocharam
para abraçar a beleza mística do vale construído
com os instrumentos férteis de minha mente.
Os espirais cambaleavam maleavelmente vorazes
nas camadas menos espessas de minha alma.
O trabalho da concentração espiritual mostrou-se árduo, porém possível!
E os olhos por fim foram enterrados na penumbra interna.
Fractais & frequências...de som...distorcidas...lindas,
desvendaram aonde reside a antípoda do tormento
Respiração & Inspiração...Atenuou-se & Iluminou-me
o vasto desejo dos sentidos corpulentos.
Reduziu-se em pleno deleite por fim a conexão
fecundada, procurada e encontrada
nas entranhas da terra
que despiu com amor a natureza infinita & tenra.
O céu, azul em sua deidade
que belo papel representa!
De cortina que mostrou a liberdade
nos ninhos estrelares de uma calma turbulenta
Que chocam para moldar,
os umbrais da eternidade
em suas densas fibras macilentas (...)
por gafanhotos coléricos devoradores de artérias
coincidentemente no momento em que os cães de minha costela
Ladravam impávidos para as correntes estrelares
que enrolavam em meu torso suas doces quimeras.
A malícia da víbora em meus membros ao trocar de escama
autodenominou-se a renovação das volúpias do Gênio.
O rio ainda frívolo deu boas-vindas aos tênues filetes da aurora, lentamente...
E os pensamentos abertos como flores primaveris desabrocharam
para abraçar a beleza mística do vale construído
com os instrumentos férteis de minha mente.
Os espirais cambaleavam maleavelmente vorazes
nas camadas menos espessas de minha alma.
O trabalho da concentração espiritual mostrou-se árduo, porém possível!
E os olhos por fim foram enterrados na penumbra interna.
Fractais & frequências...de som...distorcidas...lindas,
desvendaram aonde reside a antípoda do tormento
Respiração & Inspiração...Atenuou-se & Iluminou-me
o vasto desejo dos sentidos corpulentos.
Reduziu-se em pleno deleite por fim a conexão
fecundada, procurada e encontrada
nas entranhas da terra
que despiu com amor a natureza infinita & tenra.
O céu, azul em sua deidade
que belo papel representa!
De cortina que mostrou a liberdade
nos ninhos estrelares de uma calma turbulenta
Que chocam para moldar,
os umbrais da eternidade
em suas densas fibras macilentas (...)
domingo, 30 de março de 2014
Equívocos do Idioma
Tradução é a traição
da inquietude de Rimbaud
com seus poemas de faca em coração
que fremitam Le sacré langor.
Tradução o navio importa...
Dissolvendo El originalidad
dos versos de Garcia Lorca.
Tradução? It's a mistake!
que graça compreender
versos traídos de William Blake?
Tradução que me enlouquece de vez,
não quero mais tua amizade!
e por não saber nada além de português
lerei Carlos Drummond de Andrade.
quarta-feira, 26 de março de 2014
FUGACIDADE
Fugi da cidade, perdi minha vida!
agora sinto o chão nos pés descalços
apalpando a terra viva.
E as glândulas atrofiadas
liberando dopaminas escondidas.
Pássaros cantando nitidamente
as traduções do misticismo!
Fugi de casa e virei serpente
Para rastejar no obscurantismo.
No campo, perdido
em meu corpo se enrola
a nova escama, do meu exato tipo
que no fluxo se aflora
nos mecanismos do Agora!
Tristeza urbana; Meu coração vos ignora!
Largue as vidas esmagadas em teu peito
larga-me da tua dança, não demora
tira-me dos tristes preconceitos.
Mas por favor, por favor não chora...
é bem feliz que vou embora
dos espinhos de teu leito.
agora sinto o chão nos pés descalços
apalpando a terra viva.
E as glândulas atrofiadas
liberando dopaminas escondidas.
Pássaros cantando nitidamente
as traduções do misticismo!
Fugi de casa e virei serpente
Para rastejar no obscurantismo.
No campo, perdido
em meu corpo se enrola
a nova escama, do meu exato tipo
que no fluxo se aflora
nos mecanismos do Agora!
Tristeza urbana; Meu coração vos ignora!
Largue as vidas esmagadas em teu peito
larga-me da tua dança, não demora
tira-me dos tristes preconceitos.
Mas por favor, por favor não chora...
é bem feliz que vou embora
dos espinhos de teu leito.
terça-feira, 25 de março de 2014
Deixa-me ler teus olhos (...)
Eu sei dos ventos emudecidos
que carregas dentro de si.
E o furacão de sentimentos perdidos,
que quebrantam as janelas
de um fleumático coração esquecido.
Eu sei o que guardas
no semblante oculto de pedra;
o amolador da faca cega,
que um dia rasgou tuas entranhas.
Eu sei, também
que te arranhas
a angústia presa nos calcanhares...
Mas apesar dos apesares
os frêmitos do amor não desvaneceram
pelo capricho dos anos
Então, de repente...
Quando menos esperar
-segundo os meus anseios-
estiveres entregue ao agoniante medo
e Imersa em delírios (...)
Como uma bela flor, no lírio,
-e em festejo
o amor rejuvenescerá
todos os teus desejos....
que carregas dentro de si.
E o furacão de sentimentos perdidos,
que quebrantam as janelas
de um fleumático coração esquecido.
Eu sei o que guardas
no semblante oculto de pedra;
o amolador da faca cega,
que um dia rasgou tuas entranhas.
Eu sei, também
que te arranhas
a angústia presa nos calcanhares...
Mas apesar dos apesares
os frêmitos do amor não desvaneceram
pelo capricho dos anos
Então, de repente...
Quando menos esperar
-segundo os meus anseios-
estiveres entregue ao agoniante medo
e Imersa em delírios (...)
Como uma bela flor, no lírio,
-e em festejo
o amor rejuvenescerá
todos os teus desejos....
segunda-feira, 24 de março de 2014
Desvanecem úmidos na pálida fronte
vapores quentes de luzes estrelares
que transpiram no ínfimo dos olhos
todo o mecanismo da existência.
Observo externamente os pensamentos
que ousam cuspir para além da bôca seca
o inconsciente recalcado
pelos valores morais adquiridos
no decorrer da não-minha Vida.
Reparo quieto, calado e comum (?)
minha expressão do ser
desvendando a fulminante agitação
de mandalas rodopiantes e multicolores
no velcro que lacra
o Pulsar do infinito.
Os guardiões da antiga terra ainda
aguardam ansiosos
o Tesouro prometido e enrustido
que há nos frutos da árvore gasta
pelo mesmo tempo que germinou
a angústia da sabedoria,
a única sobrevivente do Éden.
O mundo inerte ao som
comunica-se estrondosamente alto
com a energia imaculada de minha alma.
E na comunicação da não-linguagem,
soletrando cada tom do alfabeto Espiritual,
eu aprendi a me relacionar com todos os seres.
vapores quentes de luzes estrelares
que transpiram no ínfimo dos olhos
todo o mecanismo da existência.
Observo externamente os pensamentos
que ousam cuspir para além da bôca seca
o inconsciente recalcado
pelos valores morais adquiridos
no decorrer da não-minha Vida.
Reparo quieto, calado e comum (?)
minha expressão do ser
desvendando a fulminante agitação
de mandalas rodopiantes e multicolores
no velcro que lacra
o Pulsar do infinito.
Os guardiões da antiga terra ainda
aguardam ansiosos
o Tesouro prometido e enrustido
que há nos frutos da árvore gasta
pelo mesmo tempo que germinou
a angústia da sabedoria,
a única sobrevivente do Éden.
O mundo inerte ao som
comunica-se estrondosamente alto
com a energia imaculada de minha alma.
E na comunicação da não-linguagem,
soletrando cada tom do alfabeto Espiritual,
eu aprendi a me relacionar com todos os seres.
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
NÃO ME LARGUES, JAMAIS!
Ao meio dia de uma segunda feira me encontrava sentado num restaurante estranho, como havia eu chegado até ali?
Não conseguia me lembrar.
Por algum súbito momento a minha única lembrança era resultado de uma soma das nostalgias pueris com a visão momentânea que presenciava no momento.
A consequência desta horripilante conclusão causara-me insegurança, languidez, medo, desespero, queria fugir, levantar da cadeira e correr o mais rápido possível rumo ao infinito mesclado de quimeras desejadas!
No universo do deleite eterno eu gritaria as palavras pagãs de um vocabulário inexistente.
Considerariam-me um louco? Estaria eu causando um distúrbio na estrutura comportamental do meio em que vivia?
-Salut, garçon! un cafe pour moi s'il vous plaît!
-À votre service, monsieur.
Quando tempo levaria toda essa viagem?
Quantos filetes de amargura teria eu ainda de carregar na placenta de minha grávida sabedoria?
Eis que os teimosos fios de vento chegam lambendo-me cabelos & pálpebras, outra vez.
Enquanto errante e deliciado com os ventos cortantes alguma voz perdida nos astros sussurrava ao pé do meu ouvido palavras abismais para preencher sofismas sem escrúpulos e consequentemente amordaçar a ingenuidade do meu espírito sem o pudor da virgindade,
deveria eu respondê-las na mesma frequência?
ou no timbre profundamente imensurável que carrego recalcado nas atrofiadas cordas vocais?
De repente percebi que todos me olhavam, vorazes, com a cólera nos olhos.
Havia eu dito tudo aquilo?
Não estaria apenas pensando?
Peguei o jornal o mais rápido possível para tampar o rosto e disfarçar toda a vergonha que sentia enquanto os olhares direcionados à mim pesavam-me a alma.
As notícias no jornal de assassinatos, roubos, violência, corrupção, suicídio, homicídio perfuravam-me a alma e pintavam de fluorescente meu desgosto pela raça humana.
Quantos miseráveis anos ainda durarei nesta penúria visceral?
-C'est ici votre cafe monsieur.
-Merci!
O primeiro gole do café amargo queimou prazerosamente a ponta da língua gasta pelos anos.
Virei-me afim de contemplar a cidade por trás das janelas de vidro e de repente tudo que eu via era meu próprio reflexo!
Por que o maldito reflexo há de transpirar a imagem de minha vida tão brutalmente?
Minh'alma sempre fica tão exposta e sensível quando a questão é fitar meus olhos que senti o medo mais amargo da vida lamber-me o ouvido quando pensei na possibilidade de me encontrar em mim mesmo fitando meus olhos, virei o rosto como num movimento instintivo e animalesco de êxtase existencial na convicção tola de que seria prejudicial ter o gozo de lembrar-me de mim mesmo. Eu tinha medo, não sabia ao certo o porquê, mas tinha muito medo de vasculhar as poeiras de minhas lembranças adolescentes(...)
Minutos (que mais pareciam horas) passaram e depois de muito suor gelado banhando minha curiosidade criei coragem para virar a cabeça e encarar novamente (porém sem medo) a janela e, consequentemente, as janelas de minha alma,
lancei o olhar mais profundo que podia sobre o báratro de meus olhos e consegui permear as gavetas restritas do meu espírito, lá no fundo, via como num filme a pobre vida de poeta melancólico que me acompanhara até então,
via meu passado recente,
quando andava pelas ruas de minha cidade carregando a embriaguez nos sentidos e despachando os porquês de minhas palavras somente aos ouvidos das árvores mudas, que sempre se diziam Cúmplices de meus amores escondidos!
Nunca consegui me satisfazer com a ideia de se sentir parte somente daquilo que podia enxergar,
Meus olhos estavam sempre banhados pelas lágrimas da insatisfação física.
Enquanto relembrava tudo isso, a melodia das vicissitudes de seres humanos respirando em conjunto no restaurante arrancava-me no profundo da alma lágrimas azedas e silenciosas.
Terminei meu café e me dei conta de que estava atrasado para o encontro que havia marcado no lado escuro da rua.
Na verdade estava demasiado atrasado!
Ela já devia estar me esperando a cerca de 15 minutos, fumando provavelmente o seu segundo cigarro.
Lembrei-me daquele rosto de anjo perdido no devaneio de minhas alucinações
e me dei conta de que é ela!
Ah! O lírio do meu vale perdido em trevas,
Medusa cigana colhendo flores no Éden,
Minha deusa, tenho certeza, é Ela!
aquela que fará despertar a poesia das coisas simples durante o carinho macio e protetor,
a unica donzela que carrega o dom de transmitir, com apenas um suspiro em minha face, toda a paz e benevolência que é precisa para ressuscitar-me o espirito,
é ela que, ao deslizar as mãos sobre meus cabelos
despertará na minha bôca úmida o ingênuo sorriso de quem sente
a volúpia renascer mais brilhante e cheia de si.
Estarei com ela e por fim, salvo!
E enquanto estiver com ela estarei a salvo...
Pois quando nos encontramos dentro de outrém,
quando o afago da mulher amada estiver presente, repousarás seguro e salvo!
Pois nos braços da mulher amada
todo o ciclo do Universo é compreendido
num simples encaixe de coxas
e não se tem mais tempo de questionar o sentido da existência
& nem espaço suficiente na cabeça
para beirar os meandros da loucura.
Ao meio dia de uma segunda feira me encontrava sentado num restaurante estranho, como havia eu chegado até ali?
Não conseguia me lembrar.
Por algum súbito momento a minha única lembrança era resultado de uma soma das nostalgias pueris com a visão momentânea que presenciava no momento.
A consequência desta horripilante conclusão causara-me insegurança, languidez, medo, desespero, queria fugir, levantar da cadeira e correr o mais rápido possível rumo ao infinito mesclado de quimeras desejadas!
No universo do deleite eterno eu gritaria as palavras pagãs de um vocabulário inexistente.
Considerariam-me um louco? Estaria eu causando um distúrbio na estrutura comportamental do meio em que vivia?
-Salut, garçon! un cafe pour moi s'il vous plaît!
-À votre service, monsieur.
Quando tempo levaria toda essa viagem?
Quantos filetes de amargura teria eu ainda de carregar na placenta de minha grávida sabedoria?
Eis que os teimosos fios de vento chegam lambendo-me cabelos & pálpebras, outra vez.
Enquanto errante e deliciado com os ventos cortantes alguma voz perdida nos astros sussurrava ao pé do meu ouvido palavras abismais para preencher sofismas sem escrúpulos e consequentemente amordaçar a ingenuidade do meu espírito sem o pudor da virgindade,
deveria eu respondê-las na mesma frequência?
ou no timbre profundamente imensurável que carrego recalcado nas atrofiadas cordas vocais?
De repente percebi que todos me olhavam, vorazes, com a cólera nos olhos.
Havia eu dito tudo aquilo?
Não estaria apenas pensando?
Peguei o jornal o mais rápido possível para tampar o rosto e disfarçar toda a vergonha que sentia enquanto os olhares direcionados à mim pesavam-me a alma.
As notícias no jornal de assassinatos, roubos, violência, corrupção, suicídio, homicídio perfuravam-me a alma e pintavam de fluorescente meu desgosto pela raça humana.
Quantos miseráveis anos ainda durarei nesta penúria visceral?
-C'est ici votre cafe monsieur.
-Merci!
O primeiro gole do café amargo queimou prazerosamente a ponta da língua gasta pelos anos.
Virei-me afim de contemplar a cidade por trás das janelas de vidro e de repente tudo que eu via era meu próprio reflexo!
Por que o maldito reflexo há de transpirar a imagem de minha vida tão brutalmente?
Minh'alma sempre fica tão exposta e sensível quando a questão é fitar meus olhos que senti o medo mais amargo da vida lamber-me o ouvido quando pensei na possibilidade de me encontrar em mim mesmo fitando meus olhos, virei o rosto como num movimento instintivo e animalesco de êxtase existencial na convicção tola de que seria prejudicial ter o gozo de lembrar-me de mim mesmo. Eu tinha medo, não sabia ao certo o porquê, mas tinha muito medo de vasculhar as poeiras de minhas lembranças adolescentes(...)
Minutos (que mais pareciam horas) passaram e depois de muito suor gelado banhando minha curiosidade criei coragem para virar a cabeça e encarar novamente (porém sem medo) a janela e, consequentemente, as janelas de minha alma,
lancei o olhar mais profundo que podia sobre o báratro de meus olhos e consegui permear as gavetas restritas do meu espírito, lá no fundo, via como num filme a pobre vida de poeta melancólico que me acompanhara até então,
via meu passado recente,
quando andava pelas ruas de minha cidade carregando a embriaguez nos sentidos e despachando os porquês de minhas palavras somente aos ouvidos das árvores mudas, que sempre se diziam Cúmplices de meus amores escondidos!
Nunca consegui me satisfazer com a ideia de se sentir parte somente daquilo que podia enxergar,
Meus olhos estavam sempre banhados pelas lágrimas da insatisfação física.
Enquanto relembrava tudo isso, a melodia das vicissitudes de seres humanos respirando em conjunto no restaurante arrancava-me no profundo da alma lágrimas azedas e silenciosas.
Terminei meu café e me dei conta de que estava atrasado para o encontro que havia marcado no lado escuro da rua.
Na verdade estava demasiado atrasado!
Ela já devia estar me esperando a cerca de 15 minutos, fumando provavelmente o seu segundo cigarro.
Lembrei-me daquele rosto de anjo perdido no devaneio de minhas alucinações
e me dei conta de que é ela!
Ah! O lírio do meu vale perdido em trevas,
Medusa cigana colhendo flores no Éden,
Minha deusa, tenho certeza, é Ela!
aquela que fará despertar a poesia das coisas simples durante o carinho macio e protetor,
a unica donzela que carrega o dom de transmitir, com apenas um suspiro em minha face, toda a paz e benevolência que é precisa para ressuscitar-me o espirito,
é ela que, ao deslizar as mãos sobre meus cabelos
despertará na minha bôca úmida o ingênuo sorriso de quem sente
a volúpia renascer mais brilhante e cheia de si.
Estarei com ela e por fim, salvo!
E enquanto estiver com ela estarei a salvo...
Pois quando nos encontramos dentro de outrém,
quando o afago da mulher amada estiver presente, repousarás seguro e salvo!
Pois nos braços da mulher amada
todo o ciclo do Universo é compreendido
num simples encaixe de coxas
e não se tem mais tempo de questionar o sentido da existência
& nem espaço suficiente na cabeça
para beirar os meandros da loucura.
Assinar:
Comentários (Atom)
